Em julho desde ano, o percentual de famílias endividadas no Brasil aumentou pelo sexto mês seguido. O ritmo lento de recuperação da economia não tem dado alívio, sobretudo para as pessoas que adquiriram bens por necessidade ou na esperança de um desempenho positivo do PIB após anos de recessão. Uma consequência desse cenário de instabilidade é a busca e apreensão de veículos financiados.
Ainda é muito expressivo o número de pessoas que adquirem um carro, por necessidade ou luxo, mas, em seguida, não conseguem honrar com o compromisso financeiro com que se comprometeram. A busca e apreensão desses veículos é tão frequente no país que essa situação deu origem a um novo mercado: o das empresas especializadas em negociação de dívidas.
O número de brasileiros com o nome sujo ou com despesas em atraso alcançou 63 milhões no primeiro semestre do ano, pior resultado desde o início da série histórica contabilizada a partir de 2016. Isso significa que, hoje, 43% da população adulta é inadimplente.
E um dos bens duráveis com maior inadimplência é justamente o carro popular. A busca e apreensão de veículos cresce à medida que as pessoas não percebem uma melhora na economia, consequentemente não dando conta de arcar com os juros — muitas vezes abusivos — dos financiamentos.
Para quem enfrenta o problema, a redução do patamar da dívida pode chegar até em 80% por meio de uma revisão profissional do contrato. Essa revisão é direito de qualquer consumidor que se sente lesado pela cobrança de juros excessivos ou deseja um acordo sobre um financiamento não honrado. O processo inclui uma tentativa de acordo extrajudicial e, quando não há conciliação, um processo judicial.
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