Com a emersão do Rio Madeira, associado às fortes chuvas na cabeceira dos rios na Bolívia, pontos críticos na estrada do Belmont já começam a ficar evidentes.
“No trecho da Estrada do belmont, água já encobre quase as rodas de veículos de grande porte, como é o caso de caminhões”.
Sem alternativa, motoristas arriscam a sorte. O condutor fluvial de máquinas, Amarildo Rodrigues trabalha na região com o final do plantão dele, a ida para casa deveria ser sem maiores transtornos. Mas não foi o que aconteceu. Na tentativa de passar sobre o trecho alagado, metade do pára-choque e o retrovisor do veículo ficaram para trás.
Questionado sobre o prejuízo do veículo ele respondeu: “é o preço a pagar pela irresponsabilidade e ausência do poder público”.
Cerca de 400 quilômetros separam o município de Jaru no interior do estado de Porto Velho. Foi justamente na capital que este motorista encontrou a sua maior dificuldade. Deixar a carga ao destino final.
“Não é de hoje essa situação. Todo mundo aqui já questionou o descaso. Já fizemos manifestação. Fechamos a via. Talvez esse lugar não seja interessante ao governo que deveria zelar pela sua responsabilidade”, lamenta o carreteiro José Oliveira.
Para o vendedor de salgados a água sobre a pista não é suficiente para perder as vendas do dia. O local foi transposto por ele em zig – zag. “Com muita dificuldade eu consegui passar”, relata Cleuder Gonçalves.
Em 2018, o Governo do Estado, anunciou intervenção num trecho de 4,8 km da estrada do Belmont no Nacional. A obra de pavimentação seria executada do entroncamento seguindo da Avenida Percival Farkhuar, até à última base petrolífera da via.
Mas um ano depois, o anuncio não passou de mais uma promessa de governo que o tempo não perdoa. Ao atual governador, os motoristas ainda depositam a sua esperança.
“Esperamos imensamente que o executivo estadual interceda pelos trabalhadores e a população que vive aqui na Estrada do Belmont”, espera o carreteiro, José Oliveira.
Do centro da cidade para a margem esquerda do rio madeira. Por aqui o poder público é uma presença praticamente invisível. No Ramal Maravilha, a estrada que leva muitas propriedades virou córrego.