Um dia após a transferência de 22 presos de São Paulo para presídios federais, o aparato para a proteção dos criminosos chama atenção. Em Porto Velho, o exército montou trincheiras em frente à Penitenciária Federal para onde foi levado o número 1 da Facção Criminosa Primeiro Comanda da Capital, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola.
Policiais na rua e Exército na estrada. O aparato foi usado para transferir o chefão supremo da organização criminosa, PCC Marcos William Herbas camacho, o Marcola. Fontes oficiais, dão conta que o preso chegou a porto velho por volta das seis horas da quarta-feira. Do aeroporto ele foi escoltado por dois helicópteros e batedores até penitenciária Federal.
Ainda na tarde de quarta, o promotor Lincon Gakiya, havia confirmado a transferência de Herbas Camacho para penitenciária federal de Porto Velho. A informação estava sendo anunciada desde janeiro.
Com a transferência dos 22 presos anunciada na quarta-feira, o presidente da república, Jair Bolsonaro assinou decreto para o uso das forças armadas próximo dos presídios federais. Na BR-364, o Exército montou acampamento. Todos os veículos que seguem nos dois sentidos estão sendo parados e alguns passageiros revistados. A ação segundo o decreto deverá se estender até o dia 27 de fevereiro.
O aparato do exército para a proteção do criminoso conta ainda com homens entrincheirados em poder de metralhadoras .50. O armamento é capaz de disparar 600 tiros por minuto e pode perfurar veículos blindados e derrubar aviões.
Outros sete no RDD – no Regime Disciplinar Diferenciado em Presidente Bernardes em que Marcola cumpria pena. O pedido de remoção do preso foi feito pelo ministério público de são Paulo, no dia 28 de novembro do ano passado.
Chefe da facção PCC desde os anos 2000, Marcola é tido como um desafeto do governo brasileiro. Após afastar dois líderes do grupo, ele assumiu definitivamente as rédeas da organização criminosa. Preso em 1999, Marcola já foi sentenciado a 300 anos de prisão.
A lista de crimes de Marcola é extensa e ousada. Em 2006, ele foi responsabilizado pela justiça pelos ataques na capital paulista em que deixaram 45 mortos.
Também por determinação de Marcola, após suposta negociação com o governo paulistano, as rebeliões e os ataques chegaram ao fim.
Mas em outras duas ondas de ofensivas nos meses de julho e agosto, agências bancárias, lojas e ônibus foram incendiados. A mais recente acusação é o envolvimento dele com o setor jurídico, inclusive com a participação de advogados.
Filho de um boliviano e uma brasileira, Marcola iniciou a carreira transgressora aos nove anos, como ladrão na baixada do Glicério, no centro da capital paulista. O uso excessivo de cola na infância rendeu a ele o apelidado.