FRASE DO DIA:
“Não é só a procuradora que quer apurar o que ocorreu. Mas não há necessariamente um culpado, não há necessariamente culpa.” – Sérgio Bermudes, advogado da Vale.
1-Faz de conta I
No país do “faz-de-conta” as barragens são obras bem planejadas, fiscalizadas desde sua construção e por terem o ingrediente da instabilidade do terreno, são monitoradas e os relatórios de monitoramento são de domínio público.
Faz de conta, portanto que a tragédia em Brumadinho foi um acidente por causas naturais e os mortos são parte da mesma estatística de Mariana, Morro do Tomba, Cubatão e outros casos. No país do “faz-de-conta”, faz de conta que culpados são identificados e pagam por seus crimes.
Como a deixar tudo igual quando se cometem crimes ambientais? Primeiro é valorar o crime. Quanto vale uma Mariana? É valor alto só compensável com multa alta. Multa-se então a empresa e se resolvem duas questões: a empresa vai a justiça, não paga a multa, continua operando e os responsáveis se escafedem. Na justiça discute-se o que fazer. Fora, um “faz-de-conta” de regras que vão mudar via agências, congresso e governo. Aí vem o lobby para ficar tudo com d”antes no Quartel d”Abrantes, salvo se…
3-Fazendo o certo
O sistema usado em todo Brasil para guarda de rejeitos de mineração é a barragem a montante. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que mineradoras devem deixar de usar tal sistema e, em sendo possível substituir pelo sistema “dry” ou a seco. A Vale usa o velho sistema "a montante" depositando camadas de rejeitos, e alteando a barragem de acordo com o volume. O método é comum, barato, mas traz alto risco.
"No caso específico das barragens, havendo alternativa técnica, não tem por que manter algo superado, antigo e com risco inerente, que é esse modelo de barragem, sobretudo essa construída a montante, que mostrou fragilidade", disse Salles. E aí?
4-Pondo ordem na fila
De cambulhada, para cumprir a promessa de campanha, o presidente Bolsonaro tocou a flexibilização para a posse de armas. Deu ruim e agora o governo organiza a fila das prioridades onde a reforma da previdência entra com carimbo “A”.
Mas o estampido de tiro ainda ecoa. A “bancada da bala” está com a arma engatilhada e avisou que só vai atuar para promover as mudanças na Lei de Execuções Penais defendidas por Sergio Moro depois que o Congresso Nacional votar a reforma previdenciária e o projeto que facilita o porte de armas. No Congresso é e será sempre na base do toma lá e dá cá.
5-Grozópi no busão
Convenhamos: dá para entender uma greve de motoristas e cobradores contra uma empresa que já pagou os salários e que apenas luta na justiça para não mais prestar o serviço, pois está tendo prejuízo? Dá para entender que assim, sem mais nem menos motoristas e cobradores abandonem a greve para anunciar que irão pedir demissão coletiva?
Dá para entender porque o povão ainda não foi às ruas fazer passeata e reclamar da falta de ônibus e que pacificamente está usando o transporte alternativo? Será que por baixo do angu tem carne? Será que há o consórcio do SIM e o do NÃO?