O crime foi no bairro Mariana, na Zona Leste, de Porto Velho. Segundo informações, vítimas e agressor retornavam de uma festa dado momento em homem passou a agredir a mulher e a filha a marteladas. Bastante machucada, a vítima conseguiu escapar com a filha, correndo para fora de casa. Na rua foi socorrida pelos vizinhos que diante da situação chamaram a polícia. Até o fechamento desta edição, o suspeito seguia foragido.
Abril de 2017, município de cerejeiras a 650 quilômetros de porto velho. Jéssica Moreira Hernandes, então com 17 anos foi achada morta com 17 facadas, após quatro dias do seu desaparecimento. No transcorrer das investigações, a polícia descobriu que a jovem foi vítima de um crime premeditado, praticado pelo namorado, Ismael José da silva e o primo dele, Diego de Sá parente.
Jéssica caiu na armadilha da dupla que a envolveu em um jogo de “fidelidade”. Um ano após o crime, e após dois dias de julgamento, a justiça sentenciou os réus julgados por homicídio triplamente qualificado.
Ismael José da Silva foi absolvido do crime de homicídio triplamente qualificado, mas foi condenado a um ano de prisão em regime semiaberto por ocultação de cadáver. Diego de Sá Parente pegou pena de 19 anos, em regime inicial fechado. Os crimes são exemplos reais de um cenário humilhante o qual tem vivido as rondonienses.
“Nós mulheres ainda somos vítimas de violência doméstica, da violência de uma forma em geral. Esse é um problema que leva a outro ao de saúde física e emocional”, lembra a primeira de Rondônia, Ester Pereira.
Em se tratando de violência contra “mulheres” os homens rondonienses levam zero no quesito cavalheirismo. As atitudes violentas praticadas por eles contra as elas fazem de Rondônia o 4ª no ranking brasil. O estado só perde para o Pará, Roraima e o mato grosso com os maiores índices de violência a mulher. Diante do problema considerado grave, entrou em cena a “patrulha Maria da pena", que hoje é uma realidade nas ruas de Porto Velho e Ji-Paraná.
“Temos duas "patrulhas Maria da Penha”, instaladas na capital. Logo mais iremos entregar a terceira. Hoje as medidas protetivas podem ser assinadas não apenas pelo juiz, os delegados agora têm essa autonomia”, informa o governador do Estado, Daniel Pereira.
Em 2017, a Justiça de Rondoniense expediu mais de 2 mil medidas protetivas. A ação judicial é um ultimato de quem já não tem mais para quem recorrer. No Ministério Público Estadual, cerca de 10 mil inquéritos denunciam os maus tratos cometidos homens às mulheres. Outro dado preocupante é o aumento do número de estupros. De janeiro a novembro já são 700 ocorrências. Aumento de 5,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Essa é uma realidade que sempre existiu, vem de um contexto cultural em que o homem é o dominante e a mulher “deve se comportar como a coitadinha”, mas os tempos são outros. A mulher hoje tem um poder aquisitivo melhor”, revela a enfermeira, Morgana Dartiballe.
O governo admite a tensão do problema, e garante que vem investindo para frear essa situação. Nos próximos dias as vítimas, segundo o governador estarão de posse de mais uma arma com vista e mantê-las longe dos agressores. São “botões do pânico”, móbiles que estarão interligadas as equipes de polícia ostensiva.
“As mulheres que tiveram sobre medida proteção agora por determinação judicial vão contar com esse “móbile. Quando a equipe receber a denúncia automaticamente o policial já saberá do que se trata. Essa medida é um cerco a esses machões”, destaca o governador.
Mas a mulher a cada dia vem se desfazendo das amarras, dos maus costumes praticados por homens abusivos. Se os casos aumentaram, o de denúncias segue o mesmo patamar.