A adolescente de 16 anos Rayane foi estuprada antes de ser assassinada, informou o delegado responsável pelo caso, Rubens José Ângelo, nesta quarta-feira (31). Para chegar ao suspeito, a polícia contou com a ajuda de uma caneta, encontrada no local do crime.
A jovem foi encontrada morta com um cadarço no pescoço, na região de Guararema, região metropolitana de São Paulo, no último domingo (28). O principal suspeito confessou o crime e está preso.
A prova que levou a polícia até o suspeito foi uma caneta, achada próxima ao corpo da vítima. O delegado afirmou que a polícia sempre faz uma "varredura" no local do crime, para saber se há algo mais como prova.
"Havia no local uma caneta, limpa, inteira. As investigações apontaram que a caneta estava há pouco tempo ali e a recolheram como possível prova. No momento da prisão do sujeito, em sua casa, os policiais perguntaram se ele tinha alguma caneta. Ele disse que sim. E pegou uma. Era idêntica à encontrada no lugar do crime. Era uma caneta de brinde, de uma empresa", afirmou o delegado.
Confrontado pela polícia sobre a semelhança entre as duas canetas, o suspeito concordou. Para a polícia, era a ligação que faltava para esclarecer o crime.
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Ligação para a polícia e ‘amadorismo’
Durante as investigações, a polícia rastreou o celular da vítima, coletou imagens de câmeras de segurança da rodoviária de Guararema e se apoiou nos cães farejadores para procurar o rastro de Rayane.
“Inicialmente foi registrado um boletim de ocorrência eletrônico sobre o desaparecimento [no dia 20]. Gostaria de ressaltar a extrema dificuldade na investigação, a complexidade de um desaparecimento. [Em casos como esse], nós não temos o corpo, a materialidade do fato em casos de desaparecimento, diz o delegado Jair Barbosa.
O primeiro passo foi quebrar o sigilo telefônico de Rayane, que permitiu constatar que ela esteve em Jacareí, às 2h10 do dia 21. Rayane fez uma ligação 190 para a polícia militar, que não foi completada.
“Rayane, naquele momento, já estava em estado de perigo e foi morta minutos depois. Posteriormente, dois dias depois, foi encontrado um celular no km 160 na Dutra, que foi jogado”, diz o delegado.
Para a polícia, o suspeito, até então desconhecido, não era um criminoso habitual, porque a forma como o celular foi encontrado demonstrou um amadorismo por parte do autor — ele nem retirou o chip nem danificou o aparelho.
Delegado explica, em vídeo, como tecnologia ajudou a achar suspeito: