Na página oficial da superintendência de comunicação (secom/ro) o governo de Rondônia anunciava em março de 2017 o pregão eletrônico para as empresas interessadas em participarem da construção do hospital de urgência e emergência (HEURO).
CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 047/2016
Mesmo com verba em caixa a obra anunciada como uma das principais construções da gestão Confúcio Moura serviria para desafogar a demanda do hospital João Paulo II, que recebe pacientes vindos de todo o interior do Estado.
Para o servidor público, Cleiton Alves, “a não conclusão do hospital com dinheiro em caixa é para ele uma afronta a população que clama por saúde pública”, comenta.
De fato o heuro até agora só existe mesmo no ‘projeto’ e na maquete que está na recepção da policlínica Oswaldo Cruz (POC). Com quatro andares o complexo hospitalar ocupará uma área de pouco mais de 17.370,73 m². O dinheiro para o empreendimento vem de um empréstimo feito pelo governo estadual, que soma mais de 1 bilhão de reais do BNDES aprovado em 2011.
Em dezembro de 2013 o HEURO chegou a ter a pedra fundamental lançada, mas a suspeita de irregularidade no projeto levou a polícia federal (PF) a abrir uma sindicância para apurar as possíveis fraudes. Além disso, falhas contratuais levaram novamente o projeto a outro impedimento; desta vez pelo tribunal de contas (TC/RO).
As alterações do contrato implicaram no projeto um aditivo a mais na obra, que de R$ 44 milhões hoje está estimada em R$ 70 milhões. O governador Confúcio Moura em seu ‘blog’ chegou a criticar a própria administração.
Em fevereiro de 2015, Confúcio relatou que a construção caminhava devagar demais, e que ele tinha pressa para entregá-la. Na época Moura inclusive deu prazo: julho de 2016. Na publicação o chefe do executivo também mencionou a importância do hospital para ‘a população, ‘pacto’ feito por ele durante a campanha eleitoral de 2014. No DER, a culpa pelo atraso da obra do euro é exclusiva do ‘sistema’.
“Essa talvez seja uma das maiores frustrações do governador. Eu afirmo aqui com muita propriedade, infelizmente os 'impasses burocráticos' que existem na administração pública, a obra do Hospital Euro não será possível de acontecer”, declara o diretor do DER e DEOSP, Ezequiel Neiva.
Entre os impasses que teriam levado ao atraso da obra de construção do Heuro, o gestor do DER e DEOPS, aponta a contratação de uma empresa ‘idônea’ para começar e dar prosseguimento ao serviço.
“Quando você contrata por meio da Superintendência de Licitação (Supel) elas (empresas) apresentam a documentação correta como exige a lei. O problema é que muitas dessas ‘empresas’ não têm estrutura financeira para tocar uma obra”, justifica o diretor.
Infelizmente para quem depende da saúde pública como é o caso de quase todos os rondonienses, a gestão Confúcio Moura entra em 2018 dando adeus ao segundo mandato sem solucionar o problema da saúde pública de Rondônia, uns dos principais ‘gargalos’ do início da gestão.
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